Panfleto para calourada (1°)

Estudantada,

As mobilizações de 2011 culminaram na greve que se segue este ano, e seus eixos expressam projetos d@s estudantes para a USP. Para além das divergências, o conjunto dos estudantes concorda que todos esses projetos são antagônicos aos interesses da reitoria e do Estado, que tomam para si uma universidade que deveria pertencer ao povo. Frente a isto entendemos como essencial a construção duma alternativa libertária que fortaleça as mobilizações, a greve e outras ações diretas.

Uma universidade popular deve ser uma universidade autônoma e horizontal, e não isolada ou privilegiada. Aquel@s que querem o isolamento e os privilégios são @s que erguem os muros, que trazem os guardas, as armas e os interesses do mercado para a universidade. Aquel@s que querem a liberdade de criação e convívio, a autonomia dos espaços, a permanência estudantil, o fim das punições arbitrárias e moralistas são @s que construíram as ocupações e agora constroem a greve – anunciando um 2012 de mobilizações.

Dentre as primeiras tarefas dessas mobilizações de 2012 está a luta contra as repressões e as perseguições perpetradas pela reitoria e pelo Estado na USP, sobretudo através da PM, da guarda universitária e do COSEAS. Repressão que é a garantia do projeto universitário de Rodas e do Estado, que terceiriza o trabalho e submete o convívio e a produção acadêmica a padrões empresariais e mercadológicos.

Esta USP elitista e mercantilizada é refém de gabinetes fechados, cujas decisões são discutidas somente em conselhos excludentes e hierarquizados – que devem ser urgentemente democratizados. Mas para construir uma universidade realmente democrática faz-se necessário também que @s estudantes derrubem as barreiras impostas por esta estrutura de poder da USP. Barreiras que são os muros e as catracas; o vestibular, a PM e o déficit de vagas no CRUSP – todas elas transformam a USP numa fortaleza segregacionista.

Como resposta a esta instituição que se torna cada vez mais privatizada e repressora, é fundamental nos organizarmos de maneira a não reproduzir as hierarquias e as dominações que buscamos combater. Estamos fart@s de organizações que ambicionam nos representar. Para lutar contra a violência da reitoria e do Estado, faz-se necessário uma organização de estudantes horizontal e libertária, que pratique a ação direta como método de luta, fortalecendo a democracia direta e a autogestão.

Arquivo do panfleto em pdf: Panfleto da Calourada