Nesta quarta-feira, 03 de dezembro, começaram a surgir os informes sobre a prisão preventiva de algumas pessoas no Rio de Janeiro.
O juridiquês da burguesia diz que estas pessoas, estas que participaram novamente de protestos políticos, violaram qualquer coisa de qualquer cláusula da justiça dos de acima e por isso seriam presas novamente, perdendo o direito de responder “em liberdade”.
Em primeiro lugar repudiamos esta caçada do Estado contra as pessoas, mas lembramos a tod_s que isso nada mais é do que exatamente a função do Estado. Não tenhamos ilusões de que o Estado e seus “homens da lei” estão “violando direitos” e que “nem se pode mais manifestar politicamente”… Nunca se pode. As manifestações permitidas pelo Estado são aquelas que não apresentam nenhum risco para os de acima. Eles deixam com que nós saiamos nas ruas de vez em quando para assim alimentarmos a nossa sensação ilusória de que somos livres para fazer toda e qualquer crítica. Mas não somos.
E por isso colocamos entre aspas que os manifestantes detidos esta semana perderam o direito de responder “em liberdade”. El_s estavam proibidos de fazer exatamente aquilo pelo que vivem! É exatamente quando a população toma às ruas e deixa claro que não é através das urnas que querem mudanças, mas sim através da ação direta dos próprios oprimidos que conseguimos ter uma, ainda que efêmera, sensação de liberdade. Não somos livres, não estamos em liberdade. Liberdade não é essa sensação individual de poder fazer o que se quer. Liberdade é não ser oprimido todos os dias em todos os espaços pela ditadura do capitalismo e do Estado. Lutamos para sermos livres, porque ainda não somos.
Há não muito tempo atrás poucos protestos estavam sendo reprimidos, mas algo mudou. Em algum momento estas aglomerações começaram a questionar mais os de acima do que era permitido. E então o Estado não se poupa de usar todo seu aparato para detê-los. Utiliza-se do sistema judiciário, recorre aos seus aliados da mídia, avisa os cães de guarda (leia-se: todas as polícias) e inicia a caçada. “Tem gente pensando demais, tem gente falando demais e tem gente protestando demais: é preciso detê-los!”
Nos solidarizamos com as/os compas do Rio de Janeiro que mais uma vez vivem momentos de tensão… Sabemos que o Estado também usa do abalo emocional para nos fazer desistir… Mas aí e aqui não desistiremos. Algo está acontecendo, e se os de acima estão tão, tão incomodados talvez estejamos acertando em algo.
A tod_s s compas do Rio de Janeiro, perseguids ou não pelo sistema judiciário, deixamos um fraterno recado: MARICHIWEU*!
* enlacezapatista.ezln.org.mx/2013/02/10/eles-e-nos-i-as-des-razoes-de-acima