Estudantes em greve organizaram nesta quinta-feira uma atividade contra a privatização da Universidade.
O bandejão da química, único bandejão terceirizado na USP/Butantã, voltou a funcionar apesar da continuidade da greve. Isso gerou sobrecarga às trabalhadoras e pode gerar uma falsa ilusão de que privatização seria uma possível solução para a universidade.
Nós dizemos NÃO! Terceirização não é a solução!
Para reduzir custos, uma empresa lucra intermediando a atividade exercida pelos trabalhadores contratados por ela.
Os trabalhadores da USP, esse ano, já expressaram diversas vezes sua luta contra a terceirização, chegando a fazer um ato na favela São Remo, de onde vem grande parte desses trabalhadores, em geral mulheres negras. As lutas
que travaram nos últimos anos, fizeram com que os salários não caíssem como em outras categorias do serviço público ou privado. Entretanto, estas vitórias foram concomitantes ao aumento da terceirização e precarização do trabalho na universidade. Enquanto concediam a contragosto aumentos salariais, as reitorias levaram à frente seu projeto de corte de gastos, substituindo mão de obra concursada – e com direitos trabalhistas assegurados – por funcionários terceirizados, subcontratados ou temporários.
A terceirização pressiona permanentemente os salários para baixo, intensifica o ritmo de trabalho e representa o perigo constante de demissões.
Diversos diretores do Sintusp já sofreram sindicância por apoiar as lutas dos terceirizados da USP. Neste momento em que fazemos a maior greve de nossa história, os trabalhadores do Bandejão da Química estão em um regime de trabalho forçado, sem poder reivindicar seus direitos. Hoje os terceirizados não possuem a mesma representação sindical e nem se sentem parte da mesma vida política dos outros trabalhadores.
Na Unesp de Marília os estudantes mostraram que uma bandeira estudantil não precisa significar um ataque aos trabalhadores. Exigiram e conquistaram um bandejão noturno sem trabalho terceirizado. Esses estudantes mostraram que
se aliar aos trabalhadores, e aos mais precarizados, e incorporar a defesa desses trabalhadores às bandeiras estudantis é condição para qualquer vitória.
Essa é parte fundamental da luta contra a precarização do trabalho, dos serviços públicos, da privatização e pela unidade dos trabalhadores. Hoje, lutar sem ver a terceirização como um poderoso inimigo e os trabalhadores terceirizados como fundamentais aliados, seria ceder a uma pressão corporativista e não responder a altura dos ataques que sofremos.
Façamos uma grande campanha contra a terceirização e precarização do trabalho!